quinta-feira, 24 de maio de 2007

A pedra, elemento aparentemente frio e estático, poderia sugerir estagnação, rudeza, desprovimento de vida e atitude. No entanto, os poetas, peritos que são na arte de trazer à vida mesmo o que já foi há muito marginalizado ou relegado ao esquecimento, souberam extrair lições da simples existência desse elemento da natureza:


A EDUCAÇÃO PELA PEDRA

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições de pedra (de fora para dentro,cartilha muda),
para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra:
a pedra, uma pedra de nascença, entranha a alma.

(João Cabral de Melo Neto)

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"Pedra sendo. Eu tenho gosto de jazer no chão. Só privo com lagarto e borboletas. Certas conchas se abrigam em mim. De meus interstícios crescem musgos. Passarinhos me usam para afiar seus bicos. Às vezes, uma garça me ocupa de dia. Fico louvoso."

(Manoel de Barros)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O NOME DO BLOG


Clio, do grego kλεί-εω – "glória" ou "fama". Foi uma das nove musas da mitologia grega. Filha de Zeus e Mnémonise, a Memória. Habita, juntamente com suas oito irmãs, o monte Hélicon. As musas presidem as artes e as ciências. Clio é a musa ligada à história e à criatividade, aquela que divulga e celebra realizações. É comumente representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro. Outras representações suas apresentam-na segurando um rolo de papiro e uma pena, ou ainda com uma clepsidra (relógio de água).

A musa Clio foi belíssimamente representada na obra "A Alegoria da Pintura", de Vermeer.