sexta-feira, 15 de junho de 2007

A arte de engolir sapos


Diariamente, lidamos com dezenas de situações em que parece que algo fica "atravessado" na garganta. Diplomacia e muita paciência são a receita para não "chutarmos o pau da barraca" em algumas situações. Nada melhor me vêm à cabeça do que a expressão "engolir sapo" para as diversas situações que temos que administrar diariamente no que diz respeito a aceitar provocações e, quando repudiá-las, fazê-lo com muita classe e discrição, como atender chatos e malas em geral; ter de todos os dias relembrar as mesmas coisas e administrar os mesmos vícios das mesmas pessoas.
Quem trabalha em alguma empresa ou escola sabe do que estou falando. Bem, mas vamos ao sapo porque aqui é o que mais nos interessa. Apesar de ser um animal que a maioria das pessoas repudia (especialmente as mulheres morrem de medo), é um animal que cada vez mais recebe espaço e carinho na mídia. Vejamos o exemplo do simpático sapinho Keropi (veja foto).
Ele, atualmente, ilustra os mais diversos tipos de produtos, especialmente camisetas e materiais escolares em geral (fichários, cadernos, pastas, lápis, réguas, etc.)
E a história do sapo que não lava o pé? Léo Cunha, no livro "Manual de desculpas esfarrapadas - casos de humor" (São Paulo: FTD, 2006), no conto "Engolindo sapos" conta a história de uma esperta menininha que deixou seu pai em apuros ao misturar sapos com bugalhos: queria saber se o sapo que não tem rabinho nem orelha (da musiquinha, isso mesmo) era o mesmo que morava na lagoa mas não lavava o pé e tinha chulé (de outra musiquinha, isso mesmo também).
Mas enfim, o que me interessa aqui é comentar sobre "engolir sapos". De onde vem essa expressão? A expressão "engolir sapos" vem do fato dos mesmos, geralmente, apresentarem glândulas venenosas na pele. Daí, mesmo cobras que tentam engoli-los, acabam "cuspindo-os" de volta devido à liberação do veneno contido na pele do sapo. Cheguei a pensar como às vezes nosso temperamento pode ser assemelhar ao de uma cobra, seja por seu comportamento traiçoeiro (conheco muitas cobras, então), seja por sua irritação e comportamento arisco (no meu caso, pensei na questão da irritação mesmo).
É... estão vendo? Engolir sapos não é uma tarefa fácil... nem mesmo para as cobras.

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